então as pessoas falam com lanternas

Nem todo mundo sabe que eu não como a ponta dos pães
mas não sei como poupar as bordas das unhas,
limpar ou usar uma coisa até o fim também não é minha praia.
Você também já viu de perto como eu posso perder o foco 

A tampa da garrafa de café foi uma longa história.

Todo carnaval tem seu fim 

É cringe ser levado pro invisível das coisas e depois de muito tempo me perder por lá. tanto no meu caso
como no teu o perfeccionismo leva ao incêndio e tem sido boa esta temporada
Por aqui. Afinal, entre nós o intervalo sempre foi uma forma de negação. Contigo não preciso nunca entregar nada
já está tudo sempre entregue
e eu inventei que tinha visto as estrelas tortas. elas estavam todas em mim
Hoje você sabe que eu exagero em tudo.
Acho que falei dos satélites
andando devagar no céu, dos lugares
em que o céu à noite é muito limpo
há pouca luz elétrica ao redor
então as pessoas falam com laternas
e no entanto ninguém sabe muito bem o que significa
Ele não vai me contar o que sentiu
porque acha que, no fundo,
nada disto interessa 

embora teus olhos sejam o veículo da segunda pele.
eu sei que isto é só uma forma
de você se manter comigo.
Que é uma forma de mais feliz no mundo.
Logo de início percebi que você
nunca se tornaria ausente
nem no viaduto
onde você se enfurna
abisma os teus lugares
reconhece e alimenta os monstros
pacifica e encontra luz —
onde eu espero que você nunca
me leve. Mesmo quando eu me esqueço
que estamos um ligado ao outro.
E ainda assim quando reina o silêncio
depois duma disputa, ladainhas, ou durante
o sono profundo, distante
ou ao redor
você não some
você nunca se ausenta
mesmo nos milênios
que se esquece
que se fecha
e desaparece

E tudo deixa de existir.