Por outro lado, ao sair do mundo dos sonhos e entrarmos na realidade, nos deparamos com Sunny: um carinha solitário, que não sai de casa há muito tempo. Provavelmente nunca saiu. Apesar de sua aparência e personalidade serem semelhantes ao seu alter ego Omori, é possível fixamos algumas diferenças, sendo uma delas a ausência de amigos. Em OMORI, nada é o que parece ser. Enquanto seguimos no mundo dos sonhos, exploramos, ao mesmo tempo, a mente confusa e dilacerada de Sunny – e sua fuga da ‘verdade’, quer resume seus traumas e sua depressão.
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024
O quarto de Omori
Sunny carrega dentro de si um espírito quebrado, um segredo sobre si mesmo que o acompanha desde o passado obscuro que ele viveu. tenta reaproximar seus amigos de infância, percebe o quanto eles mudaram desde a tragédia que os separou e acaba por ter que escolher ser forte e lutar contra seus próprios demônios ou sucumbir completamente à escuridão. O silêncio de Deus. Talvez vivendo em um processo dissiosiativo, criando, negando , deixando para os outros; a culpa das escolhas: Na culpa, sentimos que não podemos ser nós mesmos. Não encontramos lugar, experimentamos algo como rejeição ou iminência da solidão, uma sensação de falta de naturalidade, uma atitude contraída para com as demais pessoas ou mesmo para o ambiente que nos cerca. Sentimo-nos como estranhos, como se algo se interpusesse uma dissonância entre passado e presente, mundo dos sonhos e realidade, que deixa evidente o quanto Sunny está sofrendo, o quanto Kel, Aubrey, Hero e Basil estão sofrendo também e como cada um deles deve ter seu próprio “mundo dos sonhos” pra lidar com o absurdo da existência. Seria o Omori um reflexo do pior lado de todos nós e de todos os traumas que nos compõe como seres humanos com defeitos e tristezas?! não exatamente confiável, uma mente cheia de armadilhas e cortinas de fumaça que escondem a verdadeira face da sua depressão.