quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

como o Rappa se tornou um produto marketing

O Rappa era uma banda gigante – principalmente pelo inegável sucesso  do álbum Lado B Lado A (1999), com hits como “Me Deixa”, “O Que Sobrou do Céu” e “Minha Alma”. Nesse período, realizou grandes turnês pelo país, fixando parte de um repertório que acompanharia a banda para a sempre. Não podemos esquecer o disco seguinte, Instinto Coletivo (2001), com quatro faixas inéditas e versões ao vivo de alguns clássicos que potencializaram o repertório ao vivo. O que poucos sabiam , por questões marketing de produtores, era como o vocalista construiu uma imagem paltada em protestos, movimentos sociais - totalmente artificial. Desprovido de sentimentos que tanto pregava nas letras, durante muito tempo deixou no ostracismo dos holofotes o principal responsável pela banda: Marcelo yuka 

Quem quiser conhecer um pouco mais sobre a imagem extremismista do Marcelo, o Falcão, recomendo a leitura de "Não se preocupe comigo", livro escrito pelo outro Marcelo, o Yuka, em 2014.

Ali, Yuka ,  um dos fundadores da banda O Rappa, diz literalmente que "O Rappa é uma enorme mentira"- O Rappa que o rejetou logo após ele ir parar na cadeira de rodas, obviamente-, lembra dolorosamente como Paralamas acolheu e reinseriu Herbert Viana no pós-acidente dele e de como os "seus amigos" dO Rappa foram à justiça para tirá-lo do caminho da banda.

Nesse livro, está o retrato fiel do hedonismo cru e cruel de Falcão. Ali, Yuka previa a desintegração fatal da banda, o que de fato se comprovou.

marcelo yuka , ☝️

Como letrista, Yuka levava 50% dos direitos autorais das canções e mais 10% pela participação na composição.
"Ele ficava com 60% e nós dividíamos 40% entre nós quatro. Em certo momento achamos justo que fosse tudo dividido entre os cinco", disse em entrevista Marcelo Lobato, tecladista e, após a saída de Yuka, também baterista.

/Colocaram o tecladista pra tocar bateria mesmo dificultando a permanência do letrista e baterista oficial da banda/

"Ali foi uma grande chance de se ter uma luta por poder, em que a grana é o catalisador", disse Yuka. 

"Mas não só isso, é a visibilidade. É atípico ter um baterista que compõe, que coloca o posicionamento ideológico de uma banda."

As diferenças ideológicas também tiveram papel na separação: os ex-parceiros o acusam de ter sido usado pelos movimentos sociais aos quais se associou.
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