ILUSTRAÇÃO: CLAUDIO CASTORIADIS |
Sinto o piso húmido, todas as minhas convicções caíram em desuso. Meus olhos lacrimejantes ainda resistem, meu quarto adulterado pelo show de luz unifica os múltiplos sentimentos. Ouço música no corredor onde antes andava com entusiasmo. Gosto de me perder e existir nesse lugar. Ele me confunde, me diverte. Sinto-me cansado, vida cintilante, tudo é mais intenso aqui: o estardalhaço de um copo quebrado no chão, uma palavra escrita no espelho, um objeto atirado em minha vitrine, um olhar superficial.
Com serenidade observo uma sombra mergulhar em sua insignificância. A dor do mundo vem junto com a solidão. Tenho que sorrir, com ímpeto acaso afinal, sou puro sarcasmo. Eu sou um lago, frio e profundo. Uma velha árvore me tem como hóspede. Uma palavra esmaga meu corpo, eu sou alguma coisa, eu sou um milagre. Eu te amo feito um paciente terminal debruçado sobre uma nuvem, a um só destino eternamente guardo um retrato. Que dia é hoje? O tempo é um fardo e minha existência uma folha ao vento voando em silêncio dentro de um livro.
Com serenidade observo uma sombra mergulhar em sua insignificância. A dor do mundo vem junto com a solidão. Tenho que sorrir, com ímpeto acaso afinal, sou puro sarcasmo. Eu sou um lago, frio e profundo. Uma velha árvore me tem como hóspede. Uma palavra esmaga meu corpo, eu sou alguma coisa, eu sou um milagre. Eu te amo feito um paciente terminal debruçado sobre uma nuvem, a um só destino eternamente guardo um retrato. Que dia é hoje? O tempo é um fardo e minha existência uma folha ao vento voando em silêncio dentro de um livro.
Texto e Ilustração: Claudio Castoriadis