Com a implantação dessas mudanças, o que se observou foi uma expressiva redução da carga horária destinada ao ensino filosófico, comprometendo sua continuidade, sua profundidade e, sobretudo, sua legitimidade pedagógica. Muitos professores foram realocados ou perderam suas atribuições, e os estudantes passaram a ter um contato cada vez mais esporádico e superficial com as questões filosóficas que, historicamente, constituem o cerne de uma formação crítica, reflexiva e cidadã.
Diante desse cenário, faz-se necessário reafirmar a relevância da Filosofia na educação básica. A Filosofia não é um luxo acadêmico nem um ornamento intelectual. Ela é um exercício constante de questionamento, de argumentação e de compreensão crítica da realidade. Em tempos marcados pela desinformação, pelo pensamento dogmático e pelo avanço de discursos autoritários, a ausência da Filosofia nas escolas representa um grave retrocesso civilizacional.
Ao desvalorizar a Filosofia, negamos às novas gerações o direito de pensar por si mesmas, de questionar os fundamentos das normas sociais, de refletir sobre os dilemas éticos e políticos de seu tempo. Não se trata de mera tradição escolar: trata-se de uma exigência democrática.