em um pedaço de pão, atulhado de prescrições, covinhas chegam cobrindo milhões de olheiras. as mãos usam as meias com as manchas dos sapatos. estalos entre os travesseiros, o sofá de marroquim realça o forro grisalho, o casaco, ralo, ainda por fazer. todos os pilares param em diferentes pontos ao longo do curso, na escadaria, forçam os calcanhares - prosseguindo devagar, depois de algumas pausas- todas as claves, estrelas, bichanos e flores pondo na veneta o rompimento que deslinda convulsivamente os dedos maduros. passa um segundo, custa muito, passar outro segundo. quando menos se espera o terceiro segundo vem, voa para longe e parece arraigar na orla das nuvens sentado no meio do sono, e o mundo, atrás do souvenir.
Por Claudio Castoriadis
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