na casa do equilibrista, tudo
é o que não deveria ser, dor não tem cotovelo, papel não
corta pedra, rastro não tem cometa, o dia não é inteiro, a mente não tem
cabeça, brinquedo não é
brincadeira. um mundo é um milhão de outros mundos, e a porta não se importa se
alguém passa, fica, ou exporta. é tudo tão pouco, tão então, tão assim, tão sei
lá, goteira no molhado, um gato no telhado, botão sem camiseta, o rosto veste a careta, o sapato leva o pé
do cara, o cara não foi com minha cara. carteira sem identidade, esquecido no achado. o olho não escuta, a
desconhecida se chama conhecida.
Por Claudio Castoriadis
Imagem: fonte web
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