segunda-feira, 23 de setembro de 2013

“Conversa pra dois no mesmo espaço ocupado”




Quando eu tento identificar as intenções das pessoas que me motivaram no processo de pensar e formular ideias sobre o mundo, por segurança, não por desamparo, mantenho uma certa distância do “tempo liquido” que julgo descabível para um bom senso. Quando deixo um lugar não apenas visto algo, algo me veste: o material comum na presença das pessoas.

As imagens, embora selvagens, a densidade proseada na atmosfera, tudo isso já faz parte das especulações cotidianas ( Derivados Cambiais). Uma lembrança é formatada quando uma página é virada. Ainda em tempo, “na natureza nada se perde”, tudo é arquivado.

Mais uma vez, alguém encontrou um sorriso, que não estava lá, antes de ontem. Disfarço, por saber que ele vai gritar ecoando no vazio da geladeira transbordando a casa inteira gostosuras e travessuras.

Durante o curso da madrugada, eu tento dar a estes termos abstractos, ideias concretas aproveitando cada fagulha de pensamento, mantendo na minha cabeça que estou a construir algo que irá fazer sentido. Desvelamento, parte de um circundante, que será abusado, negado e legado, abandonado, e até detestado – enfim, que irá ser respirado.


Por Claudio Castoriadis
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