Em 1839, no Morro do Livramento, Rio de Janeiro,
Nasce Joaquim Maria Machado de Assis. Filho único de casal humilde: o pai era
um pintor mulato Francisco José de Assis, descendente de escravos alforriados e
a mãe era uma lavandeira portuguesa. De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se
pouco de sua infância. Machado ficou órfão bem cedo e permaneceu na escola por
um período curto. Na verdade, ele precisou aprender tudo sozinho. Desde os 16
anos, frequentava a tipografia de uma revista chamada Marmota Fluminense, e
logo se tornou um aprendiz de tipógrafo. Foi desta forma que sua carreira como
escritor começou. No início ele revisava os manuscritos e depois se tornou um
jornalista. Em 1869, Machado casou-se com Carolina, uma jovem portuguesa, irmã
do poeta Faustino Xavier de Novais. Depois da morte de Carolina, ele se isolou
numa casa confortável no Cosme Velho - um bairro do Rio de Janeiro-, onde
morreu em 1908, nos deixando uma obra composta por várias novelas e poemas,
muitos contos, críticas e crônicas, algumas comédias e peças de teatro. Não por
acaso Machado é considerado por muitos o maior escritor brasileiro de todos os
tempos e um dos maiores escritores do mundo, enquanto romancista e contista. Refinado
como poucos de seu tempo na prosa o gênio é contido e elegante esbanjando uma indescritível
sensibilidade artística. escreveu uma
série de livros de caráter romântico. É a chamada primeira fase de sua
carreira, marcada pelas obras: Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874),
Helena (1876), e Iaiá Garcia (1878), além das coletâneas de contos Fluminenses (1870),
Histórias da Meia Noite (1873), das coletâneas de poesias Crisálidas (1864),
Falenas (1870), Americanas (1875), e das peças Os Deuses de Casaca (1866), O
Protocolo (1863), Queda que as Mulheres têm para os Tolos (1864) e Quase
Ministro (1864). Em sua segunda fase suas obras tinham caráter realista, tendo
como características: a introspecção, o humor e o pessimismo com relação à
essência do homem e seu relacionamento com o mundo. Da segunda fase, são obras
principais: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom
Casmurro (1900), Esaú e Jacó (livro) (1904), Memorial de Aires (1908), além das
coletâneas de contos Papéis Avulsos (1882), Várias Histórias (1896), Páginas
Recolhidas (1906), Relíquias da Casa Velha (1906), e da coletânea de poesias
Ocidentais. Vale lembrar que, o estilo literário de Machado de Assis tem
inspirado muitos escritores brasileiros ao longo do tempo e sua obra tem sido
adaptada para a televisão , o teatro e o cinema sempre tendo uma boa
desenvoltura em várias vertentes da rate. Em 1975, a Comissão Machado de Assis,
instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as
edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes. Suas principais
obras foram traduzidas para diversos idiomas e grandes escritores
contemporâneos como Salman Rushdie , Cabrera Infante e Carlos Fuentes confessam
serem fãs de sua ficção , como também o confessou o saudoso Woody Allen que
afirmou "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, como
um dos seus cinco livros favoritos em depoimento ao jornal britânico Guardian.
"É um livro maravilhoso, bastante original [...] Ele é tão moderno que
você pensaria que foi escrito ontem.”
Mediante a sua importância literária, a
Academia Brasileira de Letras criou o Espaço Machado de Assis, com informações
sobre a vida e a obra do escritor.
Por Claudio Castoriadis