terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Um brasileiro chamado Machado De Assis



  Em 1839, no Morro do Livramento, Rio de Janeiro, Nasce Joaquim Maria Machado de Assis. Filho único de casal humilde: o pai era um pintor mulato Francisco José de Assis, descendente de escravos alforriados e a mãe era uma lavandeira portuguesa. De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância. Machado ficou órfão bem cedo e permaneceu na escola por um período curto. Na verdade, ele precisou aprender tudo sozinho. Desde os 16 anos, frequentava a tipografia de uma revista chamada Marmota Fluminense, e logo se tornou um aprendiz de tipógrafo. Foi desta forma que sua carreira como escritor começou. No início ele revisava os manuscritos e depois se tornou um jornalista. Em 1869, Machado casou-se com Carolina, uma jovem portuguesa, irmã do poeta Faustino Xavier de Novais. Depois da morte de Carolina, ele se isolou numa casa confortável no Cosme Velho - um bairro do Rio de Janeiro-, onde morreu em 1908, nos deixando uma obra composta por várias novelas e poemas, muitos contos, críticas e crônicas, algumas comédias e peças de teatro. Não por acaso Machado é considerado por muitos o maior escritor brasileiro de todos os tempos e um dos maiores escritores do mundo, enquanto romancista e contista. Refinado como poucos de seu tempo na prosa o gênio é contido e elegante esbanjando uma indescritível sensibilidade artística.  escreveu uma série de livros de caráter romântico. É a chamada primeira fase de sua carreira, marcada pelas obras: Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876), e Iaiá Garcia (1878), além das coletâneas de contos Fluminenses (1870), Histórias da Meia Noite (1873), das coletâneas de poesias Crisálidas (1864), Falenas (1870), Americanas (1875), e das peças Os Deuses de Casaca (1866), O Protocolo (1863), Queda que as Mulheres têm para os Tolos (1864) e Quase Ministro (1864). Em sua segunda fase suas obras tinham caráter realista, tendo como características: a introspecção, o humor e o pessimismo com relação à essência do homem e seu relacionamento com o mundo. Da segunda fase, são obras principais: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900), Esaú e Jacó (livro) (1904), Memorial de Aires (1908), além das coletâneas de contos Papéis Avulsos (1882), Várias Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1906), Relíquias da Casa Velha (1906), e da coletânea de poesias Ocidentais. Vale lembrar que, o estilo literário de Machado de Assis tem inspirado muitos escritores brasileiros ao longo do tempo e sua obra tem sido adaptada para a televisão , o teatro e o cinema sempre tendo uma boa desenvoltura em várias vertentes da rate. Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes. Suas principais obras foram traduzidas para diversos idiomas e grandes escritores contemporâneos como Salman Rushdie , Cabrera Infante e Carlos Fuentes confessam serem fãs de sua ficção , como também o confessou o saudoso Woody Allen que afirmou "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, como um dos seus cinco livros favoritos em depoimento ao jornal britânico Guardian. "É um livro maravilhoso, bastante original [...] Ele é tão moderno que você pensaria que foi escrito ontem.”


 Mediante a sua importância literária, a Academia Brasileira de Letras criou o Espaço Machado de Assis, com informações sobre a vida e a obra do escritor.


Por Claudio Castoriadis




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