Quem gosta de um bom samba com certeza já ouviu falar do ilustre Angenor de Oliveira (1908-1980) mais conhecido como o mestre Cartola. Considerado por músicos como Nelson Cavaquinho e Paulinho da Viola como maior sambista de todos os tempos. Cartola não só fundou a escola de samba Estação Primeira de Mangueira, como lhe deu nome e as cores verde e rosa (para quem contrariava as cores, ele respondia: "Ora, o verde representa a esperança, o rosa representa o amor, como o amor pode não combinar com a esperança?"). Mestre do lirismo e da paixão, cartola foi gravado pelos grandes cantores da década de 30, infelizmente ele desapareceu e somente no final década de 50 foi encontrado pelo cronista Sérgio Porto trabalhando como lavador de carros. Ele sua esposa Zica fundaram na década de 60 o bar Zicartola no centro do Rio de Janeiro, que foi um pólo inflamado pelo samba e onde surgiram vários talentos. Somente aos 65 anos conseguiu gravar seu primeiro disco. Seus dois primeiros discos gravados por Marcus Pereira são marcos da música brasileira e obrigatórios na discoteca de qualquer um que goste samba. É autor de sambas imortais como O Mundo é um Moinho, As Rosas não Falam e Autonomia.
Por Claudio Castoriadis