terça-feira, 18 de novembro de 2014

covinhas


em um pedaço de pão, atulhado de prescrições, covinhas chegam cobrindo milhões de olheiras. as mãos usam as meias com as manchas dos sapatos. estalos entre os travesseiros, o sofá de marroquim realça o forro grisalho, o casaco, ralo, ainda por fazer. todos os pilares param em diferentes pontos ao longo do curso, na escadaria, forçam os calcanhares - prosseguindo devagar, depois de algumas pausas- todas as claves, estrelas, bichanos e flores pondo na veneta o rompimento que deslinda convulsivamente os dedos maduros. passa um segundo, custa muito, passar outro segundo. quando menos se espera o terceiro segundo vem, voa para longe e parece arraigar na orla das nuvens sentado no meio do sono, e o mundo, atrás do souvenir.


Por Claudio Castoriadis
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