Eu
não sei por onde anda a foto mais bonita do meu álbum. Naturalmente fotos
bonitas são ajustadas pela excelência do tempo. Uma, duas, três ou mais histórias são
hipnotizadas para envelhecer dentro de uma moldura engastada com todos aqueles
detalhes, fricotes e compatibilidade. Embora altamente abstrato com efeitos
pirotécnicos, tipo comando de voz ou tela IPhone, os sorrisos mais bonitos não
são esquecidos. Desdenhadas por quebrantes, a
imagens degustadas continuam ávidas, empaladas no bolso maltrapilho, intactas e
reticentes. Coisas importantes
acontecem, ainda que imperceptíveis, desde o ato fotográfico até a recepção das figuras, o instante que atravessa o momento circense; rostos com risos
franzinos, careta capturada até o final dos tempos, o enquadramento da
distração, letreiros luminosos competindo com a chama de um cigarro afogado aos
brandos no fundo de uma xícara de cidreira.
Por Claudio Castoriadis
Imagem Fonte web