O discurso metafísico abrange
grande parte da especulação filosófica até o principio do ´século XIX. No
entanto, já a partir de descartes, ele cede sua supremacia, que até então
sempre lhe pertencera, ao problema gnosiologico. Nesse contexto, o que se deve
enfrentar de imediato é o problema do valor e do alcance de nosso conhecimento.
Com a chegada do filósofo da
suspeita, Nietzsche, a metafísica se tornou tão frágil quanto um castelo no ar.
Nietzsche esmagou a metafísica a golpes de martelos. Logo em seguida
Wittgenstein “termina” o serviço, pela via da lógica.
Deixando a metafísica de lado,
Wittgenstein a esvazia. Ao proceder assim, ele não perdeu tempo com a busca de
um superconceito, abrangente e totalizador, jogando a filosofia no campo da
linguagem.
Nesse ponto é considerável sua
aproximação com Nietzsche, para quem “somente por esquecimento pode o homem,
alguma vez, chegar a supor que possui uma „verdade‟ no grau acima designado” e
“a „coisa em si‟ .
Se para Nietzsche o que sabemos e dizemos sobre
o mundo e as coisas que estão nele é sempre uma questão de perspectiva, para
Wittgenstein tudo o que sabemos e dizemos é sempre uma questão pragmática, de modo que essa ou aquela forma de vida constitui significados no seu
próprio desenrolar vital. Em ambos, o que interessa é a vida.
Por Claudio Castoriadis