quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Tudo é o que não deveria ser




na casa do equilibrista, tudo é o que não deveria ser, dor não tem cotovelo, papel não corta pedra, rastro não tem cometa, o dia não é inteiro, a mente não tem cabeça, brinquedo não é brincadeira. um mundo é um milhão de outros mundos, e a porta não se importa se alguém passa, fica, ou exporta. é tudo tão pouco, tão então, tão assim, tão sei lá, goteira no molhado, um gato no telhado, botão sem camiseta, o rosto veste a careta, o sapato leva o pé do cara, o cara não foi com minha cara. carteira sem identidade, esquecido no achado. o olho não escuta, a desconhecida se chama conhecida.



Por Claudio Castoriadis  
Imagem: fonte web

Nietzsche e Wittgenstein destruindo a metafísica


O discurso metafísico abrange grande parte da especulação filosófica até o principio do ´século XIX. No entanto, já a partir de descartes, ele cede sua supremacia, que até então sempre lhe pertencera, ao problema gnosiologico. Nesse contexto, o que se deve enfrentar de imediato é o problema do valor e do alcance de nosso conhecimento.

Com a chegada do filósofo da suspeita, Nietzsche, a metafísica se tornou tão frágil quanto um castelo no ar. Nietzsche esmagou a metafísica a golpes de martelos. Logo em seguida Wittgenstein “termina” o serviço, pela via da lógica.

Deixando a metafísica de lado, Wittgenstein a esvazia. Ao proceder assim, ele não perdeu tempo com a busca de um superconceito, abrangente e totalizador, jogando a filosofia no campo da linguagem.

Nesse ponto é considerável sua aproximação com Nietzsche, para quem “somente por esquecimento pode o homem, alguma vez, chegar a supor que possui uma „verdade‟ no grau acima designado” e “a „coisa em si‟ .

Se para Nietzsche o que sabemos e dizemos sobre o mundo e as coisas que estão nele é sempre uma questão de perspectiva, para Wittgenstein tudo o que sabemos e dizemos é sempre uma questão pragmática, de modo que essa ou aquela forma de vida constitui significados no seu próprio desenrolar vital. Em ambos, o que interessa é a vida. 



Por Claudio Castoriadis
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