Falar em sociedade digital só
é possível quando se aborda o acúmulo das novidades e informações no avanço dos
meios de comunicações. Para tanto, o livro Cibercultura do filósofo Pierre Lévy acolhe reflexões oportunas para
se repensar os caminhos da humanidade e, em especial, da aprendizagem,
juntamente com as tecnologias digitais. O ciberespaço é uma virtualização da
realidade, onde as pessoas migram do mundo real para o mundo virtual. Como? O
ciberespaço, na mente das pessoas, torna o espaço e o tempo físico variável. Por isso ainda se faz necessário uma avaliação
mais ponderada das promessas e realizações da internet para a cultura: elemento
crucial à formação contemporânea.
Em sua narrativa analítica, o
autor sinaliza que a sociedade encontra-se condicionada, mas não determinada
pela técnica. Tal afirmação permite a percepção da relação biunívoca - Correspondência
entre pontos e pares ordenados - entre sociedade e tecnologia, mediante a qual
a primeira se constitui historicamente pela segunda, embora não seja por ela
determinada.
Ao transpor o entendimento filosófico de
“virtual” para o contexto contemporâneo, Lévy afirma que: “É virtual toda
entidade ‘desterritorializada’, capaz de gerar diversas manifestações concretas
em diferentes momentos e locais determinados, sem, contudo, estar ela mesma
presa a um lugar ou tempo em particular.
Sendo assim, suas reflexões
sobre interatividade e ciberespaço são atuais na medida que
sinalizam a interatividade das distintas mídias.
Levando em conta a essência, o
movimento social, o som, a arte. O autor apresenta considerações sobre a nova relação com o
saber, a partir da cibercultura e suas ramificações na educação, na formação e
na construção da inteligência coletiva.
Pierre Lévy elabora um painel
histórico, que compreende o advento da escrita, da enciclopédia e do
ciberespaço. Nesse cenário, situa a simulação como modo de conhecimento próprio
da cibercultura. Amparado no conceito de inteligência coletiva, o sociólogo
descortina novas formas de organização e de coordenação, em tempo real, no
ciberespaço- sem esquecer do mundo real-. Segundo o autor, com o advento do
ciberespaço, o saber articula-se à nova perspectiva de educação, em função das
novas formas de se construir conhecimento, que contemplam a democratização do
acesso à informação, os novos estilos de aprendizagem e a emergência da
inteligência coletiva.
Frente as decorrentes mudanças
no mundo do trabalho e a proliferação de novos conhecimentos, os modelos
tradicionais de ensino necessitam de uma adaptação enfatizando a transmissão dos saberes no
cultura tecnocrática. Nesse cenário, o autor releva a internet como fonte
promissora de informações, ressaltando-se a perene transformação do
ciberespaço, em que as informações multiplicam-se e atualizam-se de modo
exponencial.
Resumindo, seu livro ainda
enfatiza simetricamente a atitude geral atrelada ao progresso das novas
tecnologias, a virtualização da informação que se encontra em andamento, ainda
ganhando forma, e a transformação global da civilização que dela resulta. Em
particular, temos uma obra que trata as novas formas artísticas, as
transformações na relação com o saber, as questões relativas a educação e
formação, a cidade e democracia, a manutenção da diversidade da culturas, os
problemas da exclusão e da desigualdade.
Por Claudio Castoriadis
Imagem: fonte web
Claudio Castoriadis é Professor e blogueiro. Formado em Filosofia pela UERN. Criador do [ Blog Claudio Castoriadis ] Tem se destacado como crítico literário.Seu interesse é passar o máximo de conhecimento acerca da cultura > |