segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Quem me dera que essa parte infeliz fosse exterior a mim


Assim como outras maldades, em que o tipo humano está no centro das atenções, a mentira também tem seu lugar, seja pequena, grande ou a maior, uma mentira será sempre o espírito pobre que atinge o cerne do nosso mundo. Ela pode ser vista, tocada, manipulada consequentemente idolatrada. Ela tem voz, ora fala demais, ora grita e adormece profundamente no coração das pessoas. Quem me dera que essa parte infeliz fosse exterior  a mim. Porém, não existe um exterior de mim. Eu ainda estou no mundo, tenho consciência do mundo e mundo tem consciência de tudo e continua sendo assim, desse jeito, cambiante, onde a brecha menor é a mais difícil de ser transposta.   


Por Claudio Castoriadis
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