Gosto da escrita, eu diria que ela faz parte da minha vida desde quando a imagem fez de mim uma paisagem ponte para meu pensamento. Do suspiro temos uma escrita, de uma palavra temos uma imagem. Tudo incluído é uma unidade de partida para uma apropriação e produção de imagem sentimento. A imagem quando bem retratada é ponto de partida e meio para ascender ao conceito, efêmero mediador, simples ou aparição. Uma realidade que se oferece enquanto apresentação sensível de uma ordem que só nela e por ela se dá a ver.
Quem conhece o trabalho da fotografa Fernada Albando faz ideia dessas palavras. O alvo do seu trabalho retrata o conceito da simplicidade - vida em sua grandeza estética. Contemplar, ver a criação em transformação; um mundo com o qual é permitido intervir, sentir no abstrato, concreto, imagem em movimento.
Sua arte tem algo ainda não revelado que abriga o compromisso com a vida. A sacralização da compreensão cosmológica. Reenvia o presente, o instante positivo e reproduzido pela afirmação do ser; inquietação pela sua capacidade de veicular a realidade dotada de um ser próprio quando se faz imagem alteridade.
Por Claudio Castoriadis
Fotos: Fernanda Albano
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