Nesta narrativa em quadrinhos Fernando Pessoa é visto a partir de sua
obra e de uma carta em que ele explica ao amigo Adolfo Casais Monteiro o
nascimento e vida de seus principais heterônimos – Alberto Caeiro,
Ricardo Reis e Álvaro de Campos – e do semi-heterônimo Bernardo Soares. O
roteiro
construído por Susana Ventura com base em textos históricos (cartas,
obituários dos jornais de época) recebeu a leitura visual vertiginosa e
genial
de Guazzelli.
Essa experiência recente do
ilustrador Eloar Guazzelli na tradução de Fernando Pessoa para os quadrinhos
encorajou-o a transportar as imagens que garimpou nesses trabalhos para sua
outra profissão: a de diretor de curta-metragem. Guazzelli adaptou para a tela
uma releitura silenciosa e sintética do álbum Eu, Fernando Pessoa em quadrinhos
(São Paulo: Peirópolis, 2013). O entusiasmo pela obra do poeta gerou este
curta-metragem de animação na forma de um poema visual retratando o dia em que
Fernando Pessoa virou imortal. "Conviver com essa personalidade
multipartida, essa verdadeira multidão gerada a partir de um indivíduo e sua
explosão criativa em diversas frentes foi o que me cativou em definitivo",
confessa.
A Coleção “Clássicos em HQ”, da Editora Peirópolis, inclui também versões para quadrinhos das obras: Dom Quixote (Cervantes por Caco Galhardo); Os Lusíadas (Camões por Fido Nesti); O Corvo (Poe por Luciano Irrthum); Demônios (Aluísio Azevedo por Eloar Guazzelli); Conto de Escola (Machado por Silvino); Auto da Barca do Inferno (Gil Vicente por Laudo Ferreira), A Divina Comédia (Dante por Piero e Giuseppe Bagnariol) e Frankenstein (Mary Shelley por Taisa Borges).