Um dos fundadores do romance
africano moderno, Achebe é autor de O mundo se despedaça, publicado
originalmente em 1958, lançado aqui em 1983 pela Ática e reeditado pela
Companhia das Letras em 2009. O livro vendeu mais de 8 milhões de cópias e foi
traduzida para 50 línguas. -No obra, o escritor retrata a chegada de uma
cultura estrangeira e a desestruturação ocorrida nas tradições nigerianas com a
vinda do homem branco e europeu. recompõe as bases de uma cultura esquecida,
aquela que existia antes da chegada do homem branco à Nigéria, aquela que
grande parte dos africanos perdeu de vista e que está próxima de ser perdida
para sempre. O autor oferece aos seus leitores uma possibilidade de redescobrir sua
autenticidade, suas próprias raízes, para compreender quem são e de onde
vieram. Nesse sentido, seu livro se constitui um esplêndido acervo cultural para conhecermos uma outra cultura e entender algo mais sobre a
natureza humana, abordando o tema da humilhação imposta pela ação colonizadora
e pela corrupção branca. Em 2007, venceu o Man Booker International Prize pelo
conjunto de sua obra.
Certa feita, Chinua Achebe
comentou de forma acerba o reparo a uma hipotética “falta de universalidade da
literatura africana”: “…é claro que não ocorreria a esses críticos duvidar da
universalidade de sua literatura. Pela própria natureza das coisas, a obra de
um escritor ocidental é automaticamente modelada pela universalidade. São só os
outros que têm de lutar para atingi-la… Como se a universalidade fosse uma
curva lá longe na estrada, a que você pode chegar se seguir o suficiente na
direção da Europa ou dos Estados Unidos, se você colocar uma distância adequada
entre você e sua casa.” Achebe morreu em Boston, aos 82 anos, em 22 de março de 2013.
Por Claudio Castoriadis
Claudio Castoriadis é Professor e blogueiro. Formado em Filosofia pela UERN. Criador do [ Blog Claudio Castoriadis ] Tem se destacado como crítico literário.Seu interesse é passar o máximo de conhecimento acerca da cultura > |