A expressão Primavera árabe
faz referência a uma série de protestos que ainda ocorrem no chamado “mundo
árabe”, compreendendo basicamente os países que compartilham a língua árabe e a
religião islâmica, apesar de etnicamente diversos.
Desde quando a democracia
estabelecida no ocidente serve de justificativa para uma política universal
agressiva que acontece nos países que compartilham a língua árabe e a religião
islâmica? De maneira alguma a rejeição ao estado de Israel seria uma desculpa
para repressão da primavera arábe. Ao contrário do que é passado pelos
"sociólogos brasileiros", os direitos na crise arábe não representam
a defesa de uma democracia universal, muito menos de uma exaltação ao sistema
ocidental. Independente dos motivos e desfecho dessa onda de protestos, com
certeza Israel vai continuar sendo visto como sempre foi: um Estado mortificado
e tirano. O fato é: a primavera arábe é resultado do sistema político vigente.
Não existe a “Primavera Árabe”
como dizem, o que temos é “A PRIMAVERA DA CARNIFICINA,” patrocinada pela ONU,
EUA e a União Européia. Manipulam bem as estatísticas do nível de vida da
cultura da arábia, para compará-la com o governo de hoje dos fantoches
sanguinários.
A democracia ocidental
abraçada pelo estado Israel, ainda é abominada por todos os governos
"primaveris" que substituíram "ditadores" com retórica
antissemita, mas com os quais Israel podia conversar, por partidos islâmicos
radicalmente antissionistas.
Não aceite uma verdade pronta.
Só não ver essa distorção política quem não conhece a história do Islam ou se
encontra mesmerizado pelo encanto da palavra democracia.
Democracia, no contexto ocidental de forma nenhuma é
sinônimo de liberdade; não passa de uma forma variável de escolha de
dirigentes- não mais que isso. E o Islam é incompatível com esse tipo de
sistema, portanto é improvável o estabelecimento de um regime semelhante às
democracias ocidentais no mundo árabe.
A barbárie gerou inúmeras
dúvidas quanto ao futuro da Primavera Árabe, alguns dizem que se trata de um
plano orquestrado para um fulminante ataque de Israel ao Irã. Mas este é um
momento delicado para o futuro do Oriente Médio, e muita coisa ainda pode
acontecer.
Por Claudio Castoriadis