Um pouco sobre Joaquim Barbosa
Foi Oficial de Chancelaria do
Ministério das Relações Exteriores (1976-1979), tendo servido na Embaixada do
Brasil em Helsinki, Finlândia e, após, foi advogado do Serpro (1979-84).
Prestou concurso público para procurador da República, e foi aprovado.
Licenciou-se do cargo e foi estudar na França, por quatro anos, tendo obtido
seu mestrado e doutorado ambos em Direito Público, pela Universidade de
Paris-II (Panthéon-Assas) em 1990 e 1993. Retornou ao cargo de procurador no Rio
de Janeiro e professor concursado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Foi visiting scholar no Human Rights Institute da faculdade de direito da
Universidade Columbia em Nova York (1999 a 2000) e na Universidade da
Califórnia Los Angeles School of Law (2002 a 2003). Fez estudos complementares
de idiomas estrangeiros no Brasil, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na
Áustria e na Alemanha. É fluente em francês, inglês, alemão e espanhol. Toca
piano e violino desde os 16 anos de idade.
Um pouco do Joaquim Bat- Barbosa
Embora seja difícil, representar
a vida de um homem inteiramente sem lacunas e livre de culpas, devemos utilizar
os melhores capítulos para construir o mais completo retrato e cuidar para que
isso se torne um real esboço. O Joaquim Barbosa deixou de ter uma vida gloriosa
quando se deixou levar por um sentimento de justiça megalomaníaca, se deixou
levar por valores reativos, Logo o senhor Joaquim? Implodiu o caráter
ativo da justiça? Uma justiça limpa que volta-se a uma legítima avaliação de si,
justiça no plural, das relações de ideias e possibilidades sempre presentes em
um julgamento sério. Tenho que ser
franco, seu esplêndido currículo em nada serve para tapar o buraco das nuances da
sua postura ética com seus colegas do STF. Seu queixo erguido frente a nossa
democracia parecia ser o caminho assinalado da liberdade. Mas, paradoxalmente
sua estética intelectual se entregou a dominação mais brutal: o alisamento centralizador.
Uma rigorosa hipersegmentação aleatória; agora sim, eu entendo bem as palavras
do filósofo Deleuze: linhas de fuga revertem-se frequentemente em linhas de
destruição. Senhor Joaquim, se sua autoridade esnoba os responsáveis pela sua
indicação ao STF, pelos menos escute o grande jurista Miguel Reale: "Essa
ideia de um juiz e um tribunal superior, extinguindo-se outras possibilidades
de recurso, me parece um pouco arriscada. Eu penso que há outros caminhos a
serem seguidos". Complicado!! mirar no leão e acertar no Barbosa.
Por Claudio Castoriadis