Quando se fala do conflito no
mundo árabe, que assola a população de ambos os lados desde muito tempo,
busca-se entender o que de fato está em jogo. Quais as origens dos conflitos?
Trata-se de uma questão econômica e geopolítica, religiosa e cultural? Ou todas
elas estão mutuamente implicadas? Qual o real motivo para tanta discordia? Numa
época em que tanto se fala de direitos humanos, é inadmissível que o mundo assista
inerte ao massacre desenfreado no oriente médio: O conflito israel-palestino.
Todas essas questões reabrem o debate
sobre o anti-semitismo, anti-sionismo e judaísmo quando o massacre aos
palestinos é problematizado. Entre 1947 e 1948, 1 milhão de palestinos foram
expulsos de suas terras; cerca de 1 milhão de colonos originários da Polônia,
Alemanha, Rússia e outros países as ocuparam. E hoje onde vivem mais de 1
milhão de palestinos, de forma deplorável, temos um palco para humilhação
sistemática da população nativa, a detenção em massa de civis, o espancamento
de inocentes, deportações, destruição de casas e campos de cultivo, fechamento
arbitrário de instituições, ocupação militar de cidades e vilarejos. Quase que
diariamente os jornais do mundo inteiro noticiam os infindáveis massacres
mútuos promovidos pelo "Estado de Israel" aos palestinos.
A Palestina sempre foi um
território estratégico para os impérios e potências da região. Sua localização
fez dela uma importante rota comercial terrestre e marítima. Ela está próxima
da Europa, banhada pelo mar Mediterrâneo, e está na porta de entrada para a
Ásia fazendo fronteira com a África. Na teoria, a Palestina era para ser uma
nação livre, soberana e independente, com judeus, cristãos e muçulmanos
compartilhando o território em paz. Infelizmente, sabemos que o clima atual da
região não é bem esse- O conflito mais recente entre os dois povos se
intensificou a partir da Primeira Guerra Mundial, quando se deu o fim do
Império Otomano, e a Palestina, que fazia parte dele, passou a ser administrada
pela Inglaterra que por sua vez apoiava o movimento sionista, criado no final
do século 19. O conflito começou a ganhar maior proporção em consequência de um problema que foi exportado do ocidente
depois do Holocausto, onde uma nação teve de ser encontrada para os judeus e
eles escolheram a palestina que hoje em dia agoniza para sobreviver.
Temos então uma tragédia
tipicamente sionista, Visto que o sionismo é um movimento político e filosófico
que defende o direito à autodeterminação do povo judeu em um tipo de nacionalismo
judaico que beira em um pensamento fundamentalista. Os sionistas queriam ter
seu próprio Estado, seu próprio mercado para cuidar de seus interesses. Nesse
caso a Palestina se tornou um alvo fácil, devido ao fato de que muitos judeus
têm uma ligação emocional com a Terra Santa e era fácil convencê-los a fugir da
perseguição na Europa indo para a Palestina, onde estabeleceriam seu próprio
Estado a partir da destruição das esperanças e aspirações palestinas seguindo
ao “pé da letra” o que foi escrito por Teodoro Herzl, considerado o fundador do
sionismo, em 1895: Vamos tratar de afugentar a miserável população local para fora das
fronteiras. Enfim, são várias as causas para os conflitos. Porém, sem
dúvidas uma delas se encontra na
natureza do movimento sionista, que é excludente, racista e estava (e ainda
está) disposto a implementar seu próprio projeto político a qualquer custo.
Como? Violando os direitos Humanos, os direitos civis em um esbanjamento de
sangue e mutilações éticas- práticas brutais e cruéis. O "Estado de Israel", com
sua ideologia sionista, não vai se contentar até que o último palestino seja
exterminado. Alguém lembra do apartheid da Afríca? O mesmo racismo podemos
encontrar no sionismo de Israel. O grande problema do Estado de Israel não
consiste em seu “complexo de Deus” e sim no seu “complexo de Diabo” quando
exterioriza uma realização do potencial estatal fazendo questão de mostrar para o mundo os
palestinos como pedras no caminho. Solidificando uma guerra imputada não mais
ao corpo, mas ao ambiente no qual o inimigo é constrangido a viver.
Escute, eu sei que você
está gravando, mas eu pessoalmente gostaria de ver todos eles mortos ...
Eu gostaria de ver todos os palestinos mortos porque são uma doença em
qualquer lugar que vão. Tenente do Exército israelense, Líbano, 16 de junho de 1982.
Fontes
http://midiadosoprimidos.blogspot.com.br/
Por Claudio Castoriadis
Claudio Castoriadis é Professor e blogueiro. Formado em Filosofia pela UERN. Criador do [ Blog Claudio Castoriadis ] Tem se destacado como crítico literário.Seu interesse é passar o máximo de conhecimento acerca da cultura > |