terça-feira, 24 de junho de 2014

pão com creme kafka




estamos apodrecendo 

do chão que chupa retículas
das veredas repelidas na face esburacada

nas redondezas da verruga vigarista 
pessoas são restos de feridas
infeccionadas

|estrias assegurarão o padrão estético|

um espetáculo impetuoso, assim despontam os dias
capturados de onde nunca
deveriam amanhecer

mesmo assim não escapa da vista
o ar da sua graça

a vida que sobe pelas paredes desenha-se 
uma coisa grita por outra
desencadeando
filamentos

|depois do último trago minha boca é vulcão adormecido
de todos os dragões o mais milenar bafora horrores no meu travesseiro 
não esquecendo, claro, dos peixes sobrevoando a cafeteira empapuçada de saquê | 



Por Claudio Castoriadis
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