quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Tolstói - Pacifista e Educador


Com uma vida pessoal conturbada e personalidade intrincada por referências literárias e místicas, Tolstói aproximou-se, naturalmente, de uma posição pacifista, anarquista e misticismo libertário recusando toda forma de governo e poder. Para complicar, foi perseguido e excomungado pela Igreja, seus últimos anos foram de engajamento social. Seus escritos impetuosos influenciaram o surgimento de grupos e uma corrente de anarquismo cristão, reinterpretou o cristianismo de forma singular, aproximando-o de uma perspectiva anarquista. Em sua crença, o homem só deveria obedecer a sua própria consciência, através do autoconhecimento. Desse modo, Tolstói idealizou a formação de comunidades agrárias, onde prevalecesse a igualdade, o amor e a solidariedade.
 
Engajado como militar nos anos 1850, sob a influência de um irmão, em Sebastopol, escreveu, nesse período, contos que revelam sua visão da guerra com algo irracional, capaz de mostrar o melhor e, especialmente, o pior da humanidade.
 

Depois de ter residido em Moscou e Kazan e frequentado dois cursos universitários - Línguas Orientais e Direito -, ambos abandonados apesar do bom rendimento, fundou uma escola na pequena propriedade rural de Iásnaia Poliana.

A questão escolar na Rússia foi um preocupação constante de Tolstói a ponto de ter afirmado, numa de suas cartas, que poderia morrer em paz se duas gerações de crianças russas aprendessem as primeiras letras nas cartilhas que escrevera, das quais receberiam também as primeiras lições poéticas. Depois de procurar se informar sobre métodos educativos,
fundou em suas terras uma escola, destinada aos filhos dos servos da Iasnaia Poliana. Nascia uma experiência absolutamente nova, livre de vícios autoritários da educação do século 19. Tolstói tornou-se, assim, um marco para o pensamento pedagógico progressista.  Pode-se perceber que o russo foi um ferrenho defensor da liberdade no processo educacional, pois acreditava que somente ela é capaz de desenvolver a personalidade do aluno, o seu lado criativo e de fazê-lo tornar-se até mesmo o próprio tutor.


Por Claudio Castoriadis
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