terça-feira, 5 de novembro de 2013

Algumas cartas sobre o mundo líquido moderno

Zygmunt Bauman


Não consigo enxergar, estou ficando cego
Korn - Blind 


Como filtrar coisas boas e ruins? Quem é de verdade ou não? Como captar as pessoas significativas entre o alarido sem nexo em um mundo subordinado, inclinado para a discórdia? Aqui é assim, ideias, opiniões, sugestões contraditórias, queimando as oportunidades de uma vida saudável - pessoas menos cretinas. Não sou pessimista, e quando penso que sou, afasto meu pessimismo das pessoas. Mas tem gente com um prazer monstruoso de poluir o universo.

Pessoas, criaturas (caricaturas).

Parece que nos falta uma máquina de debulhar para separar o joio do trigo na montanha de refugo e lixo. Assim é a vida, o mundo como se encontra, paisagem para vista, um mundo "liquido" como pensou Zygmunt Bauman.

Insegurança: todos estamos indefesos de ambos os lados, perdendo forças, arrastados pela enxurrada desse imenso planeta. Um fenômeno que caracteriza a vida globalizada. Neste sentido, as cidades são hoje verdadeiros campos de batalha, onde poderes se chocam com identidades locais. O resultado? Uma eclosão de violência e insegurança.porque, como todos os líquidos, ele jamais se imobiliza nem conserva sua forma por muito tempo. 


Tudo ou quase tudo em nosso mundo está sempre em mudança: as modas que seguimos e os objetos que despertam nossa atenção (uma atenção, aliás, em constante mudança de foco, que hoje se afasta das coisas e dos acontecimentos que nos atraíam ontem, que amanhã se distanciará das coisas e acontecimentos que nos instigam hoje); as coisas que sonhamos e que tememos, aquelas que desejamos e odiamos, as que nos enchem de esperanças e as que nos enchem de aflição. 


Para quem leu o livro “44 Cartas do mundo líquido moderno” (44 Lettersfromthe Liquid Modern World) do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, essa breve postagem, texto, deve servir de introdução para um pensamento sobre um mundo de aparência Líquido e mutável que desaparece sob a interpretação. (se possível, leiam esse livro moçada)


De algum modo o que se pode observar hoje em dia é uma multiplicação infinita de tudo aquilo que se opera sobre a subjetividade, onde alguns aspectos vão se pulverizando (quando não fazem mais sentido), mas outros são construídos por outras lógicas. É nesse segmento que seguem as cartas de Bauman: falando sobre vida, valores e cultura. E o sociólogo faz um alerta: apenas unidos poderemos combater os “males sociais” 



Por Claudio Castoriadis
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