domingo, 16 de dezembro de 2012

Ascenção da mídia golpista no Brasil: uma sutil consideração sem falar no PIG?

Tudo aquilo que comunica em massa, ou seja, que torna algo comum a todos ou a um grande número de pessoas, pode ser considerado mídia. Porém, há um efeito perverso e monopolizador dos modos de informação atualmente no Brasil. Descarga gratuita de informações-depauperadas. Poucos se dão conta de que a mídia usa seu público para autopromoção e, cada vez mais, esquece seu primeiro, principal e mais belo objetivo:  informar e propagar conhecimentos. É um absurdo cultivamos uma postura anacrônica frente ao poder do veículo de uma mídia contaminada por intenções egoístas autodestrutivas tornando as pessoas postergadas em seu tempo.

Parece claro, pelo exposto, envolvimento da grande mídia com causas partidárias, escarrando da forma mais suja suas opções políticas-ideológicas, uma incompatibilidade comunicativa entre ideias e fatos. Pelo visto, o caráter centralizador e conservador da grande mídia brasileira não coopera para a defesa dos interesses culturais de nosso povo e apenas reproduz valores maliciosos. Um bom exemplo? A grande imprensa está aproveitando de “supostos” erros do governo do PT para tentar exterminar no amplo sentido da palavra qualquer movimento de “esquerda” no  país. 

Considero a ascenção da hegemonia da mídia nos rumos da nossa política um tipo de poder assustador no Brasil. Além de  influenciar e determinar tendências, age como uma inconoclasta força social,  direcionando, alienando, os cidadãos de acordo com sua vontade quando se encontra atrelada aos poderosos de uma classe especifica. 

Para o bom funcionamento de uma sociedade democrática  é importante que as pessoas tenham posições, posturas próprias, não deve existir um nivelamento de ideias. Não se pode negar o lado positivo da mídia na propargação de informações. A mesma deve funcionar somando ao senso crítico de uma nação. É preciso ter  uma opinião própria, somente assim funciona uma democracia saudável. Para tanto, é necessário participar de forma ativa do processo político, nos livrar das verdades prontas, das concepções desnortedas de sociedade que muitos veiculam na mídia com seu sensacionalismo pragmático e suas ideologias da classe conservadora.

Aceitar uma verdade pronta e embalada para consumo não é função da mídia informativa. Infelizmente hoje a mídia com sua apropriação segmentada do real, deseja afetar as relações sociais e as define de forma tão intensa que debilita qualquer profundidade e contextualização das notícias. E o problema não é de hoje. O filósofo e padagogo Paulo Freire de um certo modo já apontava o dedo nessa ferida. Para ele, a “mídia” mostrava-se muitas vezes distante da realidade brasileira, falando da elite para a elite. As elites que manipulam esses meios estão mais preocupados em “enfiar” na cabeça do povo determinadas informações. Ao invés de estimular a curiosidade, o exercício crítico por parte dos leitores, ouvintes ou telespectadores, na verdade exercem um tirano trabalho de transmissão de informações, como se as pessoas fossem coisas que devem ser preenchidas com determinados conteúdos. Muitos jornalistas, pela falta de rigor e profissionalismo,  não se dão conta de que repetem o discurso da fonte, atendendo a seus interesses particulares e não aos do público. Esta atitude maliciosa não auxilia a objetividade jornalística, mas a afasta do ideal da atividade imparcial, justa, investigativa, informativa, cultural e "menos sensacionalista". 





Por Claudio Castoriadis
Sobre o Autor:
Claudio Castoriaids Claudio Castoriadis é Professor e blogueiro. Formado em Filosofia pela UERN. Criador do [ Blog Claudio Castoriadis ] Tem se destacado como crítico literário.Seu interesse é passar o máximo de conhecimento acerca da cultura >

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