Novamente
fico na mesma tecla: é importante delimitar uma problemática. As pessoas
esquecem em debater sobre cota e vão argumentar especulações filosóficas sobre
a vida. Quem pode e quem não pode. O
mito da democracia racial, construído por Gilberto Freyre e vários intelectuais
não cabe mais em nosso contexto. Porém, existe uma coisa chamada imaginário
coletivo, onde muita gente guarda seus valores, e deixam vingar a ideia de que
nosso problema seja social, de classe socioeconômica, e não da cor da pele, faz
com que ainda subsista a ascensão conservadora estática da elite. Apesar das
leis 10.639 e 11.645 tornarem obrigatório o ensino da cultura, da história, do
negro e dos povos indígenas na sociedade brasileira - nosso país não deixou de
lado seu racismo mesmo com sua máscara de um estado multicultural. Primeiro
negro eleito para presidir o Tribunal Superior do Trabalho, o ministro Carlos
Alberto Reis de Paula em alto e bom tom classifica a sociedade brasileira como
"racista e discriminatória" "É racista, discriminatória e usa de
discriminação por um motivo muito simples: uma questão cultural”.
Por Claudio Castoriadis