"Meu coração está despedaçado, não só como presidente, mas também como pai", disse emocionado o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante pronunciamento oficial sobre o tiroteio que matou 27 pessoas (20 crianças, 6 adultos e o atirador) em uma escola primária na cidade de Newtown, no Estado de Connecticut.
As lágrimas do presidente Barack
Obama ao se pronunciar sobre mais um massacre de inocentes em nada me
comoveram. "Lágrimas de crocodilo" meus sentimentos foram arrebatados
pela tragédia em si. Obama deveria chorar pela cultura de medo que a América
estabeleceu para seu povo. Ele deveria chorar pela grande estrutura sádica que
findou sua cultura. Os Estados Unidos são assim. Sua cara é essa. Seus soldados
são assim. Despejam bombas sobre a população afegã, de Bagdá. Promovem o terror
em qualquer continente contrário aos seus interesses. Atirar em crianças e
adolescentes nas escolas e colégios dos Estados Unidos virou uma espécie de
síndrome. Uma doença que se alastrou devido a democracia americana ser uma
aberração diante da truculência invencível da indústria de armamentos. Me
expresso sem mensurar uma palavra: atiradores neuróticos que promovem esse tipo
de massacre, são filhos do seu tempo com o qual se parecem mais que com os
próprios pais. Filhos de uma América alienada em uma rigorosa hipersegmentação
por interesses a fins; linhas de fuga que se converterão em linhas de
destruição. Presidente Obama, muitas lágrimas ainda serão derramadas.
Por Claudio Castoriadis