William Blake nasceu em Londres
em 1757, onde viveu praticamente quase toda a sua vida, morrendo em 1827. Filho
de um comerciante rico, desde criança gostava de ler e desenhar. Aos dez anos
de idade, foi enviado à escola de desenho e, aos quatorze anos, tornou-se
aprendiz do famoso gravador James Basire. Dois anos depois, Blake começou a
estudar e desenhar as igrejas de Londres, particularmente Abadia de Westminster
cuja estilo gótico grandioso impressionou e o fascinou muito.
O jovem Blake recebeu influência
intelectual de seu irmão mais velho Robert, que morreu aos vinte anos vitimado
pela tuberculose. Nesta época, dizia ter visto a alma de seu irmão ascendendo
ao céu. Aos dez anos de idade, afirmava ver e se comunicar com anjos. A crença
no mundo espiritual iria acompanhá-lo por toda vida e influir diretamente no
misticismo de sua obra.
Primeiro dos grandes poetas Românticos
ingleses, como também pintor, impressor, e um dos maiores gravadores da
história inglesa. Suas imagens incluem o poeta do século 17, John Milton,
descendo dos céus na forma de um cometa e caindo sobre o teto do pintor.
Blake foi um rebelde toda a vida;
uma voz solitária contra a marcha da ciência e da razão. Talvez por isso tenha
sido visto por seus contemporâneos como um lunático e tenha desfrutado de pouco
sucesso quando vivo. Ele falava com anjos nas árvores e uma vez foi encontrado
no jardim com sua mulher, ambos nus, brincando de Adão e Eva.
Blake frequentemente é chamado de
místico, mas isto não é realmente preciso. Ele escreveu deliberadamente no
estilo dos profetas hebreus e escritores apocalípticos. Ele pressentiu que seus
trabalhos eram como expressões de profecias, enquanto seguia nos passos de
Milton. Na realidade, ele acreditou claramente que foi a incorporação viva do
espírito de Milton.
Aos 67 anos William Blake começou
os desenhos para o “Inferno” da Divina Comédia de Dante, e foi tão dedicado que
aprendeu o italiano para aprofundar melhor no universo de Dante; trabalhando
nestes desenhos até os últimos dias de sua vida. Enfim, a grandeza de William
Blake não foi compreendida por seus contemporâneos e ainda hoje, não é vista
com o devido merecimento.
Por Claudio Castoriadis