Leopoldo Lugones (1874 – 1938),
argentino, teve uma atividade jornalística intensa durante toda a vida. Autodidata,
Lugones conhecia física, química, biologia, matemática. Também era fascinado
pelo mítico e pelo oculto. A isso se deve juntar a influência do modernismo
europeu: à semelhança de vários escritores latino-americanos, Lugones passou
uma temporada em Paris. Leopoldo Lugones viajou à Europa em 1906, 1911, 1913 e
em 1930, ano no qual apoiou o golpe de estado contra o presidente do partido da
União Cívica Radical, o idoso Hipólito Yrigoyen. Ativo politicamente, durante sua vida foi
partidário do socialismo, mudando depois para a democracia e, por último, para
o nacionalismo fascista e xenófobo.
O resultado dessas múltiplas influências
são contos que em nada remete ao cotidiano do escritor. Lugones em última análise
transitou por gêneros literários como a poesia e literatura fantástica, tendo
se aproximado, no fim da vida, de autores como Horacio Quiroga, Jorge Luis
Borges e Julio Cortázar. Foi o responsável pela renovação literária na
Argentina, um discípulo de Rubén Darío e do modernismo europeu.
A literatura do final do século
XIX e início do XX foi muito profícua na produção da narrativa fantástica, e o
conto era a forma ideal para muitos escritores em todo o planeta. No âmbito do
continente americano fez-se muito rica essa produção, transformando tal
literatura em referência mundial. Tanto os norte-americanos quanto os
latino-americanos produziram contos fantásticos que marcaram estilo e deixaram
seguidores ao longo do século XX.
Dos mestres como Edgar Allan Poe e Lovecraft
se herdou metodologias para a produção, fato que influenciou Leopoldo Lugones que
na Argentina, é referência nacional; porém, essa grandeza literária não
conseguiu ultrapassar as fronteiras de seu país, pelo menos é o que parece no
Brasil.
Vida conturbada, postura
contundente, Lugones se encontrava deprimido no início de 1938, quando chegou a
cometer suicídio durante um passeio numa das ilhas Del Tigre.
Por Claudio Castoriadis
Fonte:
OVIEDO, José Miguel. Historia de
la literatura hispanoamericana 2; del Romanticismo al Modernismo. Madrid:
Alianza Editorial, 2005.
Revista eletrônica de crítica e
teoria de literaturas Dossiê: narrativa e realismo – Vol. 05 N. 01 – jan/jun
2009.
Claudio Castoriadis é Professor e blogueiro. Formado em Filosofia pela UERN. Criador do [ Blog Claudio Castoriadis ] Tem se destacado como crítico literário.Seu interesse é passar o máximo de conhecimento acerca da cultura > |