Extrema se tangunt. Os extremos se tocam. Está sentença vale no campo que se encontra além do conhecimento. Muitas vezes, o dogmatismo transforma- se em seu contrário, o ceticismo. Desconsidera o lado místico que sustenta a realidade. Enquanto o dogmatismo encara a possibilidade de contato entre razão e hermétismo. Em Nosferatu ( 2025) devemos nos abster de toda e qualquer formulação de juízos. Sobre o conde orlok, sem dúvida, um personagem bastante conhecido, seja por amantes da literatura, aficionados por cinema ou pessoas interessadas pela cultura pop. Ainda assim, é importante observar que, atualmente, seu nome é associado, principalmente, a certa assimilação mais simplificada do gênero terror. Com isso, perde-se não apenas boas oportunidades de discussões conceituais interessantes que o próprio mito do vampirismo teria a oferecer, mas, também, a possibilidade de recuperar temas importantes apresentados ao público. Com isso, temos o misticismo que pretende conhecer as verdades metafísicas e morais por meio de revelações de natureza sobrenatural, sendo inúteis ou insuficientes os estudos físicos ou matemáticos para conhecê-los. Não é de estranhar que o ocultismo inato no misticismo foi brutalmente combatido pela Igreja Católica. Em todos os países os ocultistas - bruxos e às vezes sábios - foram queimados vivos em verdadeiras fogueiras humanas. Contudo, as pesquisas físicas e humanas foram reiniciadas. Fazendo da mística estudo científico. Nosferatu resgata poeticamente a Necromancia, iniciada na Grécia, a arte de evocação dos mortos. Considerada como a origem de todo o saber oculto, dividido, basicamente , em três grandes grupos: Os magos que buscavam o apoio dos mortos em benefício da cultura; os feiticeiros que evocavam os mortos para fins maléficos e os religiosos que procuravam, através dos mortos, uma ligação com o Criador. Deixo aqui minha humilde leitura sobre a maestria do remake de um clássico conduzido em nosso tempo pelo cinema do Robert Eggers.