Supondo que a lembrança seja flexível. Um
bichinho ainda em formação, ação com variações de velocidade. Nem tudo seja tão
tudo assim, (Tudo de ruim, tudo de bom) e a leveza de ser não tenha o
peso para curvar nossas costas. Falando nisso, tem gente se curvando por tão
pouco. Mas voltando ao assunto da lembrança, antes que eu esqueça. Nossas
lembranças são muito mais flexíveis do que pensamos — estão mais para uma peça
de teatro, seguindo no improviso, um mesmo barco navegando pelas águas e depois
outras águas. Certo aquele carinha quando falou: o mundo é nossa vontade e
representação. A cada vez que uma lembrança vem à tona, podemos moldá-la
novamente. Lembrou? Outra mente e nova- mente.
Por Claudio Castoriadis
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