segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Gilles Deleuze: fábrica de conceitos


Bem dizendo a história do pensamento que vai e volta, transformando o ponto da criação de conceitos, Gilles Deleuze sintetiza a tendência teórica do seu tempo pautada na história da filosofia. Dando conteúdo a sua forma, Deleuze joga no ar a seguinte proposição: Filosofia é arte de formar, de inventar, de fabricar conceitos.

Nesta posição do problema, pode-se deduzir que a partir da perspectiva de Deleuze e Guattari acerca da atividade filosófica temos o traçado de um plano filosófico em torno do que seria a criação de conceitos, ou mais, de que modo, o pensamento filosófico se efetiva.

Uma das etapas dessa argumentação seria o consenso sobre a filosofia contemporânea francesa, enquanto proposta de registro filosófico. Sendo assim, encontramos em Sartre, Foucault, Derrida, expressão de outras maneiras para pensar as relações com a História da Filosofia nos conceitos já pensados, as oportunidades nas quais ainda há o que pensar, tornando o pensamento criativo.

É como se disséssemos que a filosofia não segue ecoando o pensado, não repete os filósofos, mas colabora retomando o passado com o intuito  de transformação dos conceitos. Toda criação conceitual, segundo Deleuze, é um modo singular do mundo ser visto e nomeado.

A criação e a transformação do mundo pela dinâmica da soma interpretativa de cada filósofo oferece instrumentos que nos permite pensar o mundo. O espaço da atividade filosófica enquanto invenção de conceitos propicia a eclosão de dimensões que não estão mais na ordem do dado, é desta forma que a História da Filosofia pode representar um índice a partir do qual aquele que (re)inventa conceitos, também constitui práticas para o conhecimento de si mesmo.


Por Claudio Castoriadis
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