Por que superestimamos nosso próximo em 
detrimento de juízos  estúpidos? Como se nosso pensamento fosse algo 
muito superior ao de alguém? Não seria por ventura nossa idiotice 
visivelmente estúpida? — Penso que sim. Errar não caracteriza uma
 estupidez. Escolhas e motivos diversos conduzem a um ato. Não temos um 
finalmente. A questão do chegar, se difere de concluir, parar, ser 
estático. Portanto: enquanto eu erro, demonstrarei com atos a construção
 da minha personalidade; se eu não mais errar, deixarei de ser 
movimento, não serei enquanto for. Eu sou, errando, seguirei praticando 
diversos atos, ainda que por outros motivos.
Por Claudio Castoriadis 
