A primeira grande lição do
filósofo Schopenhauer deixada para humanidade foi dizer que o “mal” é parte essencial
do mundo, que o horror e a injustiça, “o inferno no mundo”, eram produto da
vontade da natureza, como que uma raiz, um princípio primeiro do mundo inato no agir humano. Em todos os fenômenos da vida, ao instinto dos animais e mesmo no querer consciente dos homens lá a encontramos a manifestação dessa vontade. Nesse caso, não somos tão livres quanto pensamos, pois, tudo o que acontece, acontece segundo a necessidade. Em Schopenhauer, encontramos a ideia de que não há nenhum ‘local’ de escape da vontade na natureza, as expressões dela são vistas entorno de todo mundo.
A segunda lição foi afirmar que o sofrimento
educa, que a dor tem portanto uma função pedagógica e não pode ser negada: essa
é a lição que reivindica“heroísmo” do sujeito.
Dica de leitura
O Mundo como Vontade e como Representação - Arthur Schopenhauer
A mais completa edição em língua portuguesa do grande clássico da filosofia alemã, “O Mundo Como Vontade e como Representação”, traduzido por Jair Barboza. É imprescindível para o vislumbre do horizonte em que se movem as chamadas filosofia do impulso com sua reflexão sobre o irracional e o inconsciente, bem como uma crítica a esse irracional que também passa por uma crítica da razão. A obra se subdivide em quatro livros. Dois elegem o tema da Representação e dois, o tema da Vontade e cada livro assume um ponto de vista diferente da consideração.
Por Claudio Castoriadis