O ser cuja força de vida está
nos braços da solidão, geralmente leva consigo sonhos, sentimentos joviais! Um
universo se expande cada vez que seu pensamento desperta para o novo. É preciso
ser como um mar para receber um rio de conhecimento, uma harmoniosa disposição
para leitura, a busca constante entre o espírito e a linguagem. Como uma flecha, sente-se lançado, planando sobre o vento , feliz por essa fortuna: seguir um
sentido! Um bom livro, um bom momento, assim partilha suas experiências.
Curiosidade, não foi
precisamente com esse impulso que despertou? No mergulho do pensamento rúnico,
migrou os sentimentos sedentos e intempestivos?
É preciso ter amado a solidão e a arte como a mãe e a nutriz – do conhecimento
De outro modo, não é possível se tornar sábio, ser uma música, que consiste em
acordes sustentados pelo movimento melódico.
Vestíbulo não é fácil, sei
disso! olhar além dessa realidade,
crescer além dela; permanecendo sob o seu encanto, o manto da poesia, a prosa
que não se perde, igualmente você deve familiarizar-se com você mesmo. Assim
aprenderá, da maneira mais segura, aonde a humanidade futura não pode ou não deve
retornar. E, ao desejar viver intensamente, com toda as forças, sua própria
vida Transbordará o valor de instrumento e meio para o crescimento.
Reduza-se
inteiramente em seu objetivo— sim, você tem um livro, um mundo, ideias,
conceitos, um lar.
O seu olhar é forte o bastante
para ver o retorno à natureza , à alegria, à virtude, na escuridão do vale,
fatalidade para os românticos, porém, fonte de seu ser e de seus conhecimentos.
Talvez muitos achem que uma vida como essa, com tal objetivo, seria árdua demais,
despida de coisas agradáveis. Disso, apenas me compadeço, ainda não aprenderão que
não há mel mais doce do que o da redenção, e que as nuvens de aflição que
pairam acima lhe servirão de úberes, dos quais a vida há de extrair os fervores
da natureza.
O ar é diferente quando se
respira nessa atmosfera, tudo como eu qu'ria a, imagens, brandura, silêncio,
queda d água, refrações, delírio, sombras, conceitos, coisas, frêmitos, desejo,
— enfim: um grito jubiloso... Tu que me
lês, deixo em soluços, prazeres divinais
da mesma gota... eterna primavera — dourada nest’hora, nesse espaço e firmamento.
Por Claudio Castoriadis
Ilustração
by Sophie Berdzenishvili