quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

realeza anêmica

I

entonado pela sua narina
o fogo artifício
desmorona

diz:

put me inside
serei gentil
.
.
.
.
(oq é forma
de repente
vira fundo
e o fundo
forma)

viu só?
seu lirismo bifurcou
a certeza destra ofegou no mundo dos outros

II

o guri da família
projeta

uma certa
interdisciplinaridade gentil
nos primeiros passos

nas primeiras palavras
nos primeiros rabiscos
desde os primeiros sintomas
altruísticos dos primeiros dias
sensório motor no primeiro jardim de infância
.
.
.
dizem que nessas horas
um bocado de slides
passam em nossas
cabeças

não era pra ser um filme?
c/ um trem iluminando um túnel?

[kurt diz:

mamãe e papai foram a um show
eles me largaram na casa do vovô Joe
eu esperniei e gritei
disse por favor não vão]


por claudio castoriadis
Imagem fonte web

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

adágio


bromélias
entrecortadas
devotam floras turquesas
luz tamisada
poucas vezes, e, por muito tempo
em uma daquelas manhãs luminosas
são longos os passeios pelas alamedas
vagos os contornos em puçangas
avenidas umbilicais se confiam
nos canais de veneza
não separo planetas nas peças de liszt


por claudio castoriadis
imagem: Goro Fujita

domingo, 8 de fevereiro de 2015

o regresso da ausência



uma menina desaprendeu
o caminho do ventre

quem diria?

cingida de chamas
em ardil provençal

desamurizou a realidade
virtual, digital e
moderna

o mundo caiu em sua goela
o sedutor e maligno mundo

estupefacientes
na casa de confeito
joão acrescido em maria
o rabinho de um camundongo

evitou a queda no caldeirão fervente
mas não evitou o retorno da alma no mundo
a bailarina quebrou o encantamento dos cisnes


[era uma vez alguma coisa que se perdeu no lago ]

por claudio castoriadis
imagem font web

sábado, 7 de fevereiro de 2015

ainda sobre a terra do nunca


...meu vizinho costurou uma pedra de fogo. na sua mão, celular desbloqueado rima prosa- céu- sem-luar. a luz da chaminé escafedeu, as montanhas que a delimitavam não estão mais no cartão postal. onde se encontram? a resposta é frequentemente incerta: o mais próximo e mais distante entre plenilúnios trapezistas sobre nuvens adiposas no curto espaço ( algum lugar na face interna do nosso edredom )


Por claudio castoriadis
imagem fonte web

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

um breve momento na terra do nunca


quem se fez horizonte deixou um cheiro com gosto de chuva
talvez condensação, quem sabe vorticismo extensivo
despojos no bálano
espaço espesso no mosto lavrado
um cardume de montanhas desacordadas
compreendi, invisivelmente, gineceus laceados
com a língua presa queimando na navalha
alguém escuta o tempo no varal?
a poça umedecida pelo peixe¿
:
a queda do riacho tem sede
:
engasga minha guimba
dorme artesanalmente
imagem: Murat Turan


andvari


anteriormente pesquei um arúspice
o mar não estava para cronópios
na música de erich zann

de volta ao mundo
em torno do panteão
com a mente pendurada
sobre deidades telepáticas
estrelas estavam em posições erradas
por isso sumiam parecendo sulcos
puxando atlântida, lemúria e mu

por claudio castoriadis
imagem: web
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