terça-feira, 30 de dezembro de 2014

a ilha crocante


ganhei uma paisagem bucólica
quando neblina ela declama
quase sozinha
opalina
crisol
:
lentíssima
faz som de rendeiras
quando cruza as encostas
:
deixa cair seus liames
movimentos distraídos
esmera na ilha
deixa sobrar
no corpo
as mãos
dedos
afetos
traços
:
aluvial
recolhe-se
planta seus passos
dar corda na imagem
então miragem, deixa o lugar
desocupa, empresta fronteiras
alarga curvas no espaço teleguiado

Por Claudio Castoriadis
imagem font web

creonte e antígona


tertúlias retroativas, solavancos
cartografias homéricas
conceitos vélicos ( j.C)
m u d a n ç a
ao apreço
da luz
:
o ensaio da vela
salienta volutas
:
fragmentos declamatórios
vedantas ensaboadas
sem ter desejado
nem merecido
antígona
creonte


Por Claudio Castoriadis
imagem fonte web

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

o poema sem alma


uma liga de alcalina oscila revestida com alumínio cinético
com suor eletrostático        carvalho anodizado
e criolita fundida

refugia-se 
no
desvão da calha
na veste entalhada
ela, noctívaga emudece coibições
de granito amargo sobre o fio sibilante

&

lá embaixo
numa contração seccionado

claustros de barbantes, solventes
calcários encharcados, organismos maleados 



por claudio castorisdis
imagem fonte web

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Donnie Darko?


sonhei com o coelho intrauterino
comendo terra
:
a terra faminta
comendo gente
:
gente comendo
os olhos antes da terra
:
os olhos comendo pela boca
a boca cariando o dente da gengiva
:
por dentro da gengiva escorria hálito
e por fora da gengiva a saliva mastigava o coelho



Por Claudio Castoriadis

domingo, 21 de dezembro de 2014

Harakiri


o universo embaçou no saveiro
foi quântico? deglutidos
dois blocos no mocho
discóbolo de míron
:
negrejante
vai-se escolhos
maretas
:
no primeiro arremedo
findara a queda enevoada
como se chama?
arreceio meneando
- coalhando
reificante?


por Claudio Castoriadis
imagem: Goro Fujita Artist

sábado, 13 de dezembro de 2014

lucrécia embolada


poucos metros da ruazinha sotavento
uma barraquinha de assaré tomba
pertinho da cuia quixadá
num plumo guenzo
com um olho
tranca rua
no outro
vesgo
o brejeiro
cascas de jatobá
trocentos cordéis
vassouras de garrafas
gaiolas para codornas
capelães, procissão, romaria
arengando pencas verniz nas sandálias
onça de embolada rebolando acordeons



Por Claudio Castoriadis
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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

algo como se jogar pra longe


como aquela agave se comporta?
num curto prazo - novembro
à dezembro?
engelhada
caçoada
:
seus frutos
esgalhados
:
os dedos dos dias
o pulso das horas
o adubo da lenha
:
o brasão continua abençoado
honrado com as bordas falhas
as vestes arrastando na brasa
:
se fosse apenas desembocar
a sombra escaparia da rotina
algo como se jogar pra longe
na inabilidade das andanças
mas falta falena no poliéster


Por Claudio Castoriadis
imagem: fonte web

sábado, 6 de dezembro de 2014

camarinha


tio polvilho
pondo do norte
logo pela manhã
despertou
lomas
Piquissiri
camarinha
o sono raso
que ali subindo
nas costas do gradil
no cheiro do embaço
da tardança encharcada
a luz se embrenha no sonho
sua projeção é maior
e pouco sabemos
para os clarins
e acobreados
dos ferrolhos
alforriados
aromas

Por Claudio Castoriadis
imagem font web

domingo, 30 de novembro de 2014

valtari


joaninhas se amalgamam 
entorno e contorno 
cercando valtari

|na cerquinha
mariposas|


do olfato
aquilo que brota
interpreta-se muito mais vasto

do bojo
um alazão

do casco

filatelias, catulos 


Por Claudio Castoriadis
imagem: Goro Fujita Artist

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

um rascunho na oliveira


-dante:
quantas bibliotecárias encolheram meus olhos?
a primeira vista, desidratando o laurel do litígio
disso pretextando a cegueira da súbita querela
-virgílio:
nos limites receptivos, por hemisfério, átimos
gaturamos rendilhados, que parecem, flechas
lancei mão das palmas colhendo uma floresta
a mata cônica, a cauda do lago, o verde lustro
-beatriz:
o alabastro cheio de pernas junta seus juncos
pungindo os pássaros que irradiam da oliveira
destelho um saquinho de estrilos e plenilúnios
-incipit commedia-


Por Claudio Castoriadis
imagem: Goro Fujita Artist

sábado, 22 de novembro de 2014

falando em bigornas


ontem esperei pela imunidade. agora já sei como carregar uma bigorna. Justamente no dia em que toda remessa me veio a calhar, e tão inesperadamente para o qual foi intimada: sustentar o eixo das copas em espiral. o amanhã configurado no grão seriamente menor, por uma vida, milhares de elementos, salvo algumas exceções o ligeiro golpe da noite. hoje minha coragem é feita de alvenaria sobre a qual resmungam vagas indignações. passos vaporosos de um canto para a alameda esbarrando nas utensílios do guichê.


Por Claudio Castoriadis
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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

papel parede

quantos carvões cabem numa fumaça? quantos pulmões dividem oxigênio com balões? e as xícaras? de onde trovejam suas asas? as elucidações em massa destrancam vários coxins na nuca. à esquerda, de antemão, a cortina bate palma conduzida pela cornucópia rente à botija de zimbro. o colar preciso vai certeiro, esfregando os ombros em cima do dique. antes, não estivera a dizer um marasmo em papel parede enrolado no baralho. depois do longo suspense, um olho arregalado senta na poltrona, uma última edição sobra na banca. em dado momento a valva dispara inerme na mandíbula do inválido, afunda três - ou mais polegadas do sargaço. em média, as coisas são pequenos sopros que se desmancham em penugens.

por claudio castoriadis
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Eliano Silva : descodificando conceitos


Eliano Silva é um poeta e músico potiguar da cidade de Pau dos Ferros, que projeta sofisticação emotiva com poesia onto-animada-livre recombinando fragmentos do bem aventurado cotidiano. O moço nasceu em 1991 e já na infância iniciou seus estudos em música através de um grupo de flauta doce do município.

Dizem que pessoas são mais que canções, pessoas são musicais. Existe uma ligação  que vibra nos músicos de todos os gêneros musicais, sejam eles intuitivos ou especializados. Este substrato provém do magnífico desafio implícito no ato de compor. É preciso cristalizar sua obra em canção, cuidar, interiorizar, seja ela uma ideia em formação, um fenômeno ou um sentimento de vida. Uma canção deve persuadir seu ouvinte, educar, ou seja, convencê-lo de que aquilo que sua canção diz é berçário para a natureza.

A perícia do jovem Eliano Silva rema por essas correntes da vida. Seu trabalho é justamente a medida da eficácia que desemboca puxando notas na direção do horizonte onde nada se perde. No plano de expressão, sua rima pode ser considerada como um mecanismo de resgate. A recorrência de uma mesma sonoridade a intervalos regulares ritmando termos, valores, sonhos, encantos e desencantos- no mesmo canto, do micro ao macro descodificando conceitos. Ao fluxo instável e acústico da sua fala se sobrepõe a regularidade de todo um processo criativo.

O processo de gestão de seu primeiro EP, "Quiçá", inteiramente belo e autoral, chegou com quele gosto de arte fervendo, onde foram selecionadas quatro músicas de seu repertório  e que se encontravam na gaveta.


Por claudio castoriadis

terça-feira, 18 de novembro de 2014

covinhas


em um pedaço de pão, atulhado de prescrições, covinhas chegam cobrindo milhões de olheiras. as mãos usam as meias com as manchas dos sapatos. estalos entre os travesseiros, o sofá de marroquim realça o forro grisalho, o casaco, ralo, ainda por fazer. todos os pilares param em diferentes pontos ao longo do curso, na escadaria, forçam os calcanhares - prosseguindo devagar, depois de algumas pausas- todas as claves, estrelas, bichanos e flores pondo na veneta o rompimento que deslinda convulsivamente os dedos maduros. passa um segundo, custa muito, passar outro segundo. quando menos se espera o terceiro segundo vem, voa para longe e parece arraigar na orla das nuvens sentado no meio do sono, e o mundo, atrás do souvenir.


Por Claudio Castoriadis
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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

moldura engarrafada


na sombrinha a vida vem da grama
a mecha do sarau decora o mantra
o circo se quebra na corda de cima

:
o equilíbrio do malabarista
tasca-se por entre dilúvios
:
reclamações tragicofóbicas

                 quem fez da luz
vosso trigo?
outra moldura engarrafada?
:
candeia do saveiro


endereço: rosários


pense nesses atos


o tempo em breve


o azulê paga sarro
:
dentro das poucas sementes
o concreto,de fora, cabriolas
árvores aos gritos anelantes
na floresta de frente pra rua



Por Claudio Castoriadis
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domingo, 2 de novembro de 2014

apenas mais uma de amor


meu coração é feito de carne
restos de plumas e cartilagens
nervos de aço ardorosamente
sustentam minha estrutura
e prosa vascular
não falo de semântica
se manca, ou batendo o pino
mas, acima de tudo
vírgulas bipolares
imperativos, incertezas
ontocontradições
manételeológia
:
rebola sucrilhos nas cataratas
cédulas endoplasmáticas
veias entupidas
disritmia
:
meu coração tem boca
não sei por quê, favelado
come pelos dentes, digere
pulsa, batuta, embrulha
quando te vê



Por Claudio Castoriaids
Imagem fonte web

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

coleção de janelas


tricotando oxumaré ao lado da cantareira
um desses dejetos arrancava suas pernas
gritando, tapava suas taipas com as patas
enquanto se debatia deitava -se no lodo
:
debaixo da fungalheira a respiração rugia
contorcendo o peito- seu pulmão- falhava
:
uma ou mais vezes miolos se afunilavam
um comitê de moscas com fitas e búzios
achatava-se em nossa coleção de janelas 



por Claudio Castoriadis
imagem : The Maker

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Levy Fidelix - Envenenado pela própria peçonha


O candidato Levy Fidelix empestou um debate, que já andava enfadonho, bufando, babando um transtorno social em rede nacional. Não foi uma questão chula ou um fato isolado de lapso pessoal. Tivemos um espetáculo fascista, um crime aconteceu. O sujeito fez bom uso da sua estupidez, sua imagem esdrúxula - tem que parecer engraçado né? Inofensivo ? - moralismo tísico. Desenvolveu e expressou atitudes negativas, depreciativas além de degolar o senso do ridículo com um comportamentos hostil e discriminatório. Covarde, irresponsável, pateta despolitizado. É bestializador, escutar uma criatura se pronunciar de tal forma quando o Brasil passa por uma fase de risco, delicada, decisiva para compreender a União Homoafetiva. Quem compartilha com as ideias do mesmo excomunga as poucas conquistas jurídicas brasileira e desclassifica também todas as demais conquistas relativas aos direitos fundamentais do ser humano.


Por Claudio Castoriadis 

domingo, 28 de setembro de 2014

menendez




§

pórtico 
era pra ser apenas um intervalo
hoje sinto o tinir na lenha do menendez 
um flagrante depauperado cheira à mundiça
vos conheci, apartai-vos de mim

bailava - me
cognoscente

/nas mechas o acre do cume
sem que nelas misturar - se 
agrestes, brenhas, himalaias/

um cronópio se fecha
enquanto outro se abre
e assim esboroa uma catástrofe
vejo um guri bagunçar seu brinquedo
unicamente inonimado: senhor frontispício

§


Por Claudio Castoriadis
Imagem: Mei Ling

sábado, 27 de setembro de 2014

a cangalha de januário

§

gambiarra
inabalável, guenzo
recomponha as remelas
o seu coração é um cadeado flácido
prontidão criatura

desencana desse pigarro
larga disso

não arrebenta suas fuças por tão pouco
seja forte como as águas da ribanceira gargarejada das fábulas
deixe de firulas, tudo bem que o mundo é vago, fortuito, logrado
mas faça dessa canganha seu substrato maior
eis um prodigioso arruaceiro
neste pedaço de horto
escama sua valentia

§

Por Claudio Castoriadis
imagem fonte web

domingo, 21 de setembro de 2014

bucólico


§

em condições fenomenológicas
há de ser infindável o terço estiado
no tom brando do cotidiano

(se retraindo de maneira intensiva
 como de modo extensivo)

símbolos rogam, moluscos se jogam
no hirto quase histérico, esfuziante
nas hélices do seu berçário

em tese
o intervalo amordaçado
é tangido por ramos
nevrálgicos
bucólicos

§

Por Claudio Castoriadis
Imagem: Cyril Pedrosa

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

carmesim


§

o barco de argila afoga seus cacos 
tonto enovelar-se espavorido
rebarba odores
oculta corrimentos
golpeia pássaros marinhos
encarna na estrela do ulisses

com seus remos cingidos
desgraça

a vaidade do mar
desgraça as velas de carmesim


§

Por Claudio Castoriadis
Imagem: fonte web

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

atadura


da cumbuca 
uma voz murcha
o grito ungido de veias
alavanca meus tímpanos

flageladas as ideias se enrugam
viscoso, o calçado esquenta a calçada
o mendigo mete com a língua no estômago
de joelhos apanhando pratas, catando do esgoto
a soberba da velhice curva suas costas, ainda de joelhos
um sorriso escorre das ataduras, pula para longe da sua couraça


Por Claudio Castoriadis
imagem fonte web

sábado, 23 de agosto de 2014

o homem dos ratos


devo aos outros minhas dívidas
perdão pelos meus olhos
o luto seco

na vala, ruidosa
a magreza da carne viva
ossos abrindo feridas na superfície
o vislumbre da lâmina cortando o assunto 


Por Claudio Castoriadis
Imagem: fonte web

a conspiração das cadeiras

parecia um iceberg
o cobertor flutuando do lugar
novelos sussurrando no seu sono 
cajueiros ondulantes tremendo pelas tamancas
atalhos voltando e rebatendo, aqui onde afunda a manha
vês, que não era uma manada, mas um decoro de consolações
um sotaque atende refrescando a memória, tramando no vapor da valsa
há de ser o vento espiando por cima do muro, entre os tufos
a conspiração das cadeiras

Por Claudio Castoriadis
Imagem: fonte web

sábado, 16 de agosto de 2014

paineira


ela sorri odorosamente, acenando com a mão
descendo cordilheiras de lembranças
e esquece uma montanha
na boca do meu
estomago
minimamente
derrama partes voluptuosas
do seu corpo molhando uma boa quantidade
de pessoas, bem agasalhadas, que passavam pela calçada

Por Claudio Castoriadis
Imagem: Goro Fujita Artist

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

nicotina


do ralo 
uma palavra desalinha 
um punhado de átomos no chão

volvendo
de um giro para o outro
a volta da matilha em torno do livro

nicotina
o meu lugar é dentro
da brisa onde a noite faísca
salivando a madrugada com cafeína



Por Claudio Castoriadis
Imagem fonte web

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

cânticos e pontapés


a paixão não tem gosto de sangue
quando seu timbre rendeiro
despondera

meu bem querer é imortal
o estandarte leva- me pelo brasão
minha prosa não tarda à refletir-se
do ventre

assim
na baixa do arranha céu
aos cânticos e pontapés
o barranco veste meu chocalho
sonorizando imagens no seu batuque


Por Claudio Castoriadis
Imagem : fonte web



sábado, 9 de agosto de 2014

canção retorno para um velho jedi


braços torados
com a mão no bolso
um cigarro em cada dedo

vejo o buraco
no asfalto do chão
sem passar nos meus olhos

meu marca passo
não precisa de querosene
pra rebobinar corações genéricos

faço movimentos interrompendo o tráfego
espirro educadamente destilando cachaça
tasco do rádio uma boa média de roedeira
saio de cena caçoado sem conhecer plateia


Por Claudio Castoriadis
Imagem: SubWars



domingo, 3 de agosto de 2014

reflexões do sótão


a vida pulsa melanina
hemoglobina
neoplasia


dos olhos
arranca a cegueira
cafunga os moveis com cupins

alimenta o rato que entranha
no queijo e se aglutina na boca

agasalha
um punhado de bagatelas
e matéria turva do sótão sem fazer ruído



Por Claudio Castoriadis
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sábado, 2 de agosto de 2014

lembranças de um formigueiro


quando eu era formiga
eu andava com outras formigas
da minha laia

tinha apreço invertebrado
pelas coisas indetectáveis

desconstruía calhaus gradeados
com meu calcanhar de gravetos

amava sentir no meu raquítico coração  
a certeza que arquejava pelas migalhas


Por Claudio Castoriadis
Imagem: fonte web


quinta-feira, 31 de julho de 2014

canção pra dona maria


sinhá maria 
miranga no sertão
quando fala dilata pelos serões

cospe no chão
paço mascado

no dorso amurado das veredas
pássaros cricrilam suas feridas

abraça o mundo com sua franja
semeia da noite a borra do café



Por Claudio Castoriadis
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segunda-feira, 28 de julho de 2014

tamancaria


o dia esverdinha no pequizeiro 
rasteja por entre a tamancaria 
estende sua amplidão cedinho

o gosto do café
reanima sonhos
sob aquele som
o bico da calma

há quem duvide
de lugares assim

dessas flores do nosso cachoeiro
o milho cozido à sombra do balaio
a vida alinhada que nem um pomar 


Por Claudio Castoriadis
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sábado, 26 de julho de 2014

o barqueiro de veneza

com poucos barcos
se faz um mar
uma barca

talvez com bem menos uma poça
trêmula ao cântico do gondoleiro

pelos cafés onde tomam suas refeições
os senhorios se enrolam na madrugada
ladeados ambos por olhares tamisados

compreendi isso a partir dos olhos encolhidos
na fímbria matizada onde os dias são âncoras


Por Claudio Castoriadis
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quinta-feira, 24 de julho de 2014

a praça do sarau


de um verso que se demora
reconheço a alma do corpo
ou qualquer coisa da gente

no sarau a poesia tropicália
vigora quicando seu gosto

pessoas adjetivam casas
o vento sonora a sonata
do candeeiro branquelo

bancos passeiam com safenas
sem perder de vista sua praça
nem tão pouco os brinquedos
os velhinhos com suas damas


Por Claudio Castoriadis
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